quarta-feira, 16 de junho de 2010

I Encontro de Espiritualidade da Juventude - 2010

    Hoje postarei aqui o texto utilizado no nosso último encontro, preparado pelo seminarista Rogério Rosa.



Segundo o Dicionário Aurélio “Afetividade” significa: qualidade de afetivo, (afetivo= afetuoso, dedicado; afeto=sentimento de afeição para com alguém, ligado). Conjunto de fenômenos psíquicos vivenciados na forma de sentimentos e paixões. O mesmo se dá com a palavra “sexualidade” que significa: a vida sexual de alguém, qualidade de sexual, Sensualidade. Ora, Sexualidade está ligado ao termo sexo, deste modo, pergunte-se. O que é então Sexo? Conjunto de diferenças fisiológicas e físicas que distinguem o macho da fêmea, reservando-lhes funções diferentes da procriação, ou mesmo, conjunto dos indivíduos que são do mesmo sexo, os órgãos genitais externos, qualquer prática sexual. Portanto, para entendermos um pouco sobre o nosso tema é preciso ter em mente o significado dessas palavras. Desta maneira, empenhem-se em distinguir que na vida dos seres humanos existe a diferenciação dos termos: Afetividade, Sexualidade e Sexo. Termos que denotam coisas, aparentemente parecidas, mas que na verdade são apenas semelhantes na grafia, mas quando na prática está bem aplicada.
Observe-se que a Sexualidade é característica fundamental da pessoa. Apropriando-se desse termo pode-se então fazer uma diferenciação ou mesmo um confronto entre a cultura do “Ser” e a cultura do “Ter”. Ora, se  perguntar a um jovem (a) o que significa  ser ou homem/ mulher o que então poderia responder? Talvez, muitos responderiam ter órgãos genitais masculinos e ou femininos. Aqui então, tem-se uma apropriação da Genitalidade. Daí, então, provém algo a que chamamos de instinto, reducionismo da genitalidade simplesmente ao coito, ou ato sexual. Tenho fome e preciso matar essa fome, se instala aqui a cultura do “Ter”, ou seja, se precisa satisfazer uma pulsão de si mesmo. Paralelo a isso, existe o amor e  “Amar é ter fome com o outro; não é comer um ao outro”. 
            Um aspecto da cultura do ter é o prazer. A busca do prazer sexual está no centro da atenção de muitas pessoas. E se entenda prazer aqui, não puramente como o prazer sexual do coito, mas as mais variadas formas de sentir prazer: por ex. o comer, dançar, falar, etc. De tal sorte que a busca desenfreada de satisfação biológica ou mesmo emocional acarreta um prazer egoísta.
Temos agora a cultura do “SER”. Que entra em pontualidade com a pessoa, relação e a alegria. Partamos da primeira pergunta: Para você o que é ser homem ou mulher? E a resposta deveria ser: “Significa ser pessoa à maneira masculina ou feminina”. Esta é uma relação básica para uma vida saudável, vivida em uma sexualidade identificada com a afetividade de boas relações consigo e com os outros.
A cultura nos introduz na realidade da relação. Relação estimulada pela instintiva recíproca entre homem e mulher, mas que não se limita a isso. É uma relação, também, que se assemelha a da trindade, relação de amor entre as três pessoas. Por isso, é bom compreender Gn 2,18: “Não é bom que o homem esteja só”, em outras palavras, é bom relacionar-se.
            O ultimo ponto que se traz dessa reflexão do “Ser” é a alegria, ou seja, a finalidade do projeto sexualidade é a alegria do “Ser”, do estar “Vivo”. Entra aqui, aquilo que se pode chamar de Afetividade com a seguinte definição:

“Segundo o Novo Dicionário da Língua Portuguesa (FERREIRA, 2000, p.20) afetividade significa “Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza”.

Afetividade é a relação de carinho ou cuidado que se tem com alguém íntimo ou querido. É o estado psicológico que permite ao ser humano demonstrar os seus sentimentos e emoções a outro ser ou objetos. Pode também ser considerado o laço criado entre humanos, que, mesmo sem características sexuais, continua a ter uma parte de "amizade" mais aprofundada.
A afetividade geralmente é usada para representar sentimentos positivos. Todavia, também envolve sensações como raiva, tristeza, medo, dúvidas e tantos outros que são inerentes ao ser humano. Afetividade significa cuidar da relação consigo e com os outros.
Com uma diferença bem sutil, a Sexualidade não apresenta somente alguns desses aspectos citados, mas, se caracteriza por ser a dimensão mais ampla da experiência. É a forma do como se vai ao encontro do outro, como se relacionam, como manifestam seus desejos, prazeres e formas de viver a masculinidade e a feminilidade.
A Sexualidade é a energia que motiva encontrar o amor, contato e intimidade e se expressa na forma de sentir, nos movimentos das pessoas e como estas se tocam e são tocadas. E só para esclarecer, o sexo está voltado, simplesmente, aos aspectos biológicos, é aquilo que diferencia homem de mulher, mas que se bem formado nesse aspecto poderá expressar uma sexualidade sadia.
Como nosso tema pede e sugere uma reflexão à luz do Evangelho, da Palavra de Deus, então, pergunte-se quais são os desafios ou que aprendizados se deve ter para que a vida sexual, a afetividade e a sexualidade tomem um caráter segundo os princípios cristãos?
A percepção que se tem é que tudo isto está ligado a um “Corpo”. Esse termo corpo, está na carta de I Coríntios 6,13 “Mas o corpo não é para a fornificação e, sim, para o Senhor, e o Senhor é para o corpo”, é uma palavra que para os escritos paulinos tem muita relevância, porque traz o corpo sob vários aspectos, dentre eles no que tange o assunto proposto.
O corpo é chamado a ser templo de Deus: “Não sabeis que aquele que se une a uma prostituta constitui com ela um só corpo? Pois está dito: Serão dois em uma só carne. Ao contrário, aquele que se une ao Senhor, constitui com ele um só espírito.” I Cor 6,13. Caríssimos irmãos, o que está em jogo  na vida de todas as pessoas  não é simplesmente o corpo por si só, pois o corpo sem vida é um corpo morto, um cadáver.
O que está em interesse na dinâmica do Evangelho é conectado com o primeiro mandamento que é o de amar, pois seu coração estará naquilo que você mais ama. O corpo ele é “Corpo e alma”, ou seja, uma dualidade própria da concepção hebraica, mas não nos deteremos nesse aspecto.
O que interessa neste exato momento é que o corpo é animado por um espírito, e este a experiência cristã chama de “Espírito Santo”. Não é ele que também manifesta seus dons e carismas? Não é ele que fecunda Maria? Pois bem, esse Espírito é sinal de vitalidade, de vida. Para tanto, se precisa pensar o que significa esse termo (vitalidade) para cada de um. O que Significa ter o poder de dar vida?
Por muito tempo, e ainda, nos dias de hoje, a vida é transmitida somente pelo  sentido biológico. O homem se casa com uma mulher e com ela tem um momento de prazer sexual e dessa relação surge uma criança. Corretíssimo esta afirmação, porém, não devemos enxergar a vitalidade somente nesse âmbito que mais uma vez retorna ao dado biológico.
Mas, é o Espírito que dá vida, que anima as comunidades. Já no Antigo Testamento, Deus soprou sobre eles o Espírito que dá vida. “Então Iahweh Deus modelou o homem com a argila do solo, insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente” Gn 2,7. Deus convida todos para fazer a experiência do amor, da Sexualidade consciente, da afetividade correta e do Sexo santo, vivenciado no Matrimônio.
A Igreja se sente na obrigação de zelar pela consciência de seus fiéis, e cuida de todos quando por seus agentes pastorais, esclarece aquilo que está em dúvida. Convida a todos serem santos e na comunidade Paulina a palavra “santo” significa serem todos àqueles que participam da comunidade de batizados. Portanto, a vida de santidade está no aprendizado de como lhe dar com essas questões referentes a sexualidade.
De maneira Cristã, se deve entender como se relacionar com o corpo, morada e templo do Espírito Santo. A partir de então, o evangelho que tanto se prega encarnará na vida cotidiana de todo cristão. Assim como se devem dar razões da fé: “antes, santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede;” (I Pd 3,15), deve-se também dar razões das coisas que são componentes constitutivos da vida de cada cristão.

Bibliografias:
Avanti, Gigi. Sexualidade e amor: uma visão integral do ser humano e dos relacionamentos/ São Paulo: Paulinas, 2007.
Bíblia Jerusalém.
Aratangy Rosenberg, Lídia/ Sexualidade: a Difícil Arte Do Encontro/ 6° impressão. São Paulo, Ed. Ática, 2002.
Textos achados na internet.  



Texto de Rogério Rosa

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Namoro Cristão - Celebrar o Amor





Mês de junho. Belo mês: festa Junina, Fogos e fogueiras, balões e muito mais para aquecer e deixar mais gostoso o ar frio deste típico mês de inverno; por falar em inverno, há no mês de junho uma magia toda especial:
O dia dos namorados! Dia daqueles e daquelas que experimentam uma força mágica no coração, a força do amor.

Não dá para falar em namoro sem falar do jeito cristão de namorar. Infelizmente há no mundo um comércio devorador que, a todo custo, quer destruir a beleza e a pureza do amor.

O amor conjugal que tem seu início com o namoro é um dom de Deus, é algo sagrado, que gera e prolonga a vida humana na terra. Precisamos retomar o verdadeiro sentido do amor e do namoro.

O namoro não pode ser manipulado pelos meios de comunicação social como está acontecendo. Precisamos salvar a preciosidade e a beleza do namoro.

Nada é mais maravilhoso do que o amor no coração humano. O amor é vida, é alegria, é saúde.

O amor de que falamos se espelha na Palavra de Deus e tem seu fundamento nos ensinamentos de Jesus:
 "Ninguém tem maior amor do aquele que dá a vida por seus amigos"(Jo 15, 13).

Dar a vida no namoro significa: acolher, respeitar, compreender, abrir mão, confiar, perdoar...

Teríamos uma ladainha de atitudes e comportamentos que se espera de um namoro segundo os preceitos cristãos.

É claro que um namoro assim, em vista de um casamento saudável e duradouro, exige uma caminhada de fé, exige um morrer para si mesmo no dia a dia do convívio a dois. Exige ainda um compromisso mútuo de um e de outro. Muito diálogo e abertura de espírito.

Esta linguagem é a linguagem que o mundo não conhece ou ignora.

É necessário remar contra a correnteza do amor fácil, do amor que não é amor, mas relacionamento egoísta onde um se torna mero objeto para o outro.

Imagino o amor como uma água límpida da fonte que é capaz de purificar e curar as questões difíceis, de restaurar situações conflituosas, de estabelecer um convívio saudável e feliz.

O amor não se constrói de um dia para o outro, mas se ergue poderosamente numa caminhada onde um e outro se compromete em fazer a sua parte, onde cada um tem, no coração e na mente, a consciência de que construir a própria felicidade depende da construção da felicidade do outro.

Quando se pensa e se favorece o melhor para o outro indiretamente está favorecendo a própria felicidade pessoal.

É importante se divertir e brincar, porém, mais importante ainda é ter os pés no chão, ter consciência de que estamos diante de Deus e que a nossa liberdade é um dom e não podemos confundi-la, portando-nos como se tudo fosse permitido a qualquer hora. 
"Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para cada coisa debaixo do céu" (Ecl 3, 1).

Quando se precipita ou se age sem responsabilidade ou sem pensar nas conseqüências, o sofrimento é incalculável e as feridas podem demorar muito tempo para cicatrizarem e suas cicatrizes deixarão marcas profundas que poderão destruir o esplendoroso brilho do amor.

É maravilhoso viver o amor, celebrar o amor!

Que o dia dos namorados seja para todos os apaixonados, casados ou ainda não, uma ocasião propícia para refletir e amadurecer no relacionamento a dois.

Que cada um queira e invista na felicidade do outro e assim os dois serão verdadeiramente felizes.



Por Ir. Maurinéa Aparecida