Ontem, 28 de novembro, a Igreja iniciou o novo Ano
Litúrgico com a celebração do 1º Domingo do Advento. Diferentemente do
ano civil, com o Tempo do Advento, a Liturgia da Igreja inicia um novo
ciclo para as leituras bíblicas dominicais, do ano B, no conjunto,
marcadas pelo evangelista Marcos.
Toda a
existência cristã é caracterizada pelo Advento-Vinda, o que vale dizer
que somos peregrinos na história, a caminho da pátria definitiva. O
Senhor permanentemente vem ao nosso encontro, caminha conosco e mantém
viva a nossa esperança.
O Advento manifesta
os dois aspectos da vinda do Senhor: nas duas primeiras semanas, o
“Advento escatológico”, ou seja, sua vinda definitiva, e, nas duas
últimas semanas, o “Advento Natalício”, sua primeira vinda, o Natal.
“Abre as portas, deixa entrar o Rei da glória. É o tempo, ele vem
orientar a nossa história”.Com o profeta Isaías e com João Batista,
acolhemos o apelo à conversão para que sejam superadas todas as formas
de dominação, exclusão e miséria, para que se realize uma sociedade com
liberdade e dignidade para todos. Com Maria, vivemos a alegria e a
confiança. “A Virgem, Mãe será, um Filho, à luz dará. Seu nome, Emanuel:
conosco Deus do céu; o mal desprezará, o bem acolherá”.
Com
atenta vigilância, alegre expectativa e renovada esperança, vivamos o
Tempo do Advento retomando o seguimento de Jesus, tornando-nos, como
ele, discípulos missionários da vida e da paz, fazendo crescer em nós e
em nossas comunidades a certeza de que ele continua vindo através de
nós.
A esperança pessoal, coletiva e cósmica
Seríamos
muito pobres se reduzíssemos o Advento, simplesmente, a um tempo de
preparação para a festa do Natal. O Advento, tempo de espera, é baseado
na expectativa do Reino e a nossa atitude básica é acender e renovar em
nós esse desejo e esse ânimo. Num tempo marcado pelo consumo, é preciso
que afirmemos profeticamente a esperança.
No
âmbito pessoal, intensificando o desejo do coração e retomando o
sentido da vida. Mas as esperanças são também coletivas: é o sonho do
povo por justiça e paz – “fundir suas espadas, para fazer bicos de
arado, fundir suas lanças, para delas fazer foices” (Is 2,4). As
esperanças são também cósmicas: “A criação geme e sofre em dores de
parto até agora e nós também gememos em nosso íntimo esperando a
libertação” (Rm 8, 18-23).
“O melhor da festa
é esperar por ela”, diz um ditado popular. Do ponto de vista humano, a
espera e a preparação de um acontecimento são tão importantes quanto o
evento. Daí a necessidade de fazermos uma avaliação do que significa e
de como vivenciamos o tempo do Advento em nossas comunidades. Que
importância damos ao tempo do Advento?
“Deixem o Advento ser Advento”
“Atualmente,
muitas comunidades eclesiais, influenciadas pela onda consumista por
ocasião das festas natalinas e de final de ano, estão assumindo o
costume de enfeitar suas igrejas já bem antes do Natal chegar. Em pleno
tempo do Advento já ornamentam suas igrejas com flores, pisca-pisca,
árvores de Natal e outros motivos natalinos, como se já fosse Natal. Não
sejam tão apressadas, Não entrem na onda dos símbolos consumistas da
nossa sociedade. Evitem enfeitar a igreja com motivos natalinos durante o
Advento. Deixem o Advento ser Advento e o Natal ser Natal” .É preciso
tomar cuidado de não abortar o Advento ou celebrá-lo superficialmente.
Esse cuidado nos levará a não antecipar o Natal, fazendo celebrações
natalinas antes do previsto, ou usando ritos e sinais próprios da festa.
Mas também não podemos celebrar o Advento como se Cristo ainda não
tivesse nascido. A longa noite da espera terminou. O mundo já foi
redimido, embora a história da salvação continue...
Fonte: franciscanos.org
Preparemos o nosso coração!
Vem Senhor, Jesus! Maranatha!!